terça-feira, 23 de setembro de 2003

Atleta, MVP de Pré-Olímpico, lidera seleção e garante vaga em Atenas

Com Janeth, Brasil ataca melhor e se garante em 04




DA REPORTAGEM LOCAL

Sem contar com Janeth, o Brasil ganhou o título do Sul-Americano do Equador e levou o bronze no Pan de Santo Domingo.
No entanto, com sua principal estrela em quadra, além de ter garantido a classificação para os Jogos de Atenas-2004 ao vencer Cuba anteontem, por 90 a 81, o time também aprimorou seu ataque.
Janeth, eleita a MVP (Most Valuable Player) do Pré-Olímpico de Culiacan (México), foi a cestinha do time nos momentos decisivos.
Contra o Canadá, pela semifinal, no sábado, a ala marcou 31 pontos, e o Brasil venceu por 71 a 65. No confronto final, contra as cubanas, ela voltou a se destacar e contribuiu com mais 23 pontos para a vitória do time nacional.
Esses números também a colocaram em segundo lugar entre as cestinhas do evento, com média de 24,3 pontos por partida.
"É gratificante contribuir com a minha experiência para manter o Brasil entre as melhores equipes do mundo", comemorou Janeth.
A brasileira só foi superada entre as cestinhas por Juana Duran, praticamente a única opção de ataque da República Dominicana -o time ficou em último lugar.
A ala, que atuou pelo Houston na última temporada da WNBA, foi responsável por 25,7% dos pontos conseguidos pelo Brasil em Culiacan. Com ela, a equipe nacional conseguiu a média de 94,3 pontos por partida.
Para efeito de comparação, no Sul-Americano de Loja, o time marcou 95,8 pontos por jogo.
Mas, naquela competição, a equipe dirigida pelo técnico Antonio Carlos Barbosa enfrentou adversários tecnicamente inferiores, como Peru e Equador.
Considerando só os rivais que também se classificaram para o Pré-Olímpico (Chile e Argentina), o ataque nacional foi menos produtivo: 87 pontos por confronto.
Contra esses países, a defesa tomou 60 pontos, em média, no Sul-Americano. No Pré-Olímpico, o time levou 61 pontos por duelo.
A diferença também é gritante em relação ao Pan. Contra os mesmos times que participaram do Pré-Olímpico, o Brasil marcou, na República Dominicana, 77,2 pontos. Ou seja, 17,1 pontos a menos do que em Culiacan.
Janeth liderou a equipe até nos rebotes. Mesmo em um time com tantas pivôs de bom nível -Alessandra, Cíntia Tuiú, Kelly, Erika e Leila-, foi a ala quem mais recuperou bolas no garrafão: 7,75 rebotes por partida. Alessandra e Leila, em segundo lugar, pegaram 5,25 rebotes a cada confronto.
Com a classificação olímpica, o Brasil terá um desafio extra: ganhar uma medalha. Nas duas últimas Olimpíadas a seleção subiu ao pódio. Em Atlanta-1996, ficou com a prata e, em Sydney-2000, terminou na terceira colocação.
"Agora, vamos iniciar a preparação para buscar mais uma medalha olímpica", afirma Barbosa.

Ala caminha para superar recordes na equipe
DA REPORTAGEM LOCAL

Com a classificação olímpica, Janeth, 34, deu um grande passo para obter um recorde pela seleção. Nos Jogos de Atenas-2004, a ala irá se tornar a brasileira com mais participações pela equipe no torneio olímpico de basquete.
A atleta atuou nas campanhas de Barcelona-1992, Atlanta-1996 e Sydney-2000. Na Grécia, deve disputar sua última Olimpíada. "Quero jogar pelo Brasil até o Mundial de 2006", diz ela, referindo-se ao torneio que será no país.
Em Olimpíadas, Janeth ganhou uma medalha de prata e outra de bronze -somente as pivôs Alessandra e Cíntia Tuiú, da equipe atual, possuem esse retrospecto.
"Agora só falta ganhar o ouro. Se precisar, abro mão de disputar a WNBA para treinar com a seleção", diz a cestinha, que atuou em todos os jogos do Houston na liga.
Com o Pré-Olímpico-2003, Janeth atingiu outra marca: igualou-se a Paula, Hortência e Marta com quatro participações no evento. Porém as três ganharam a vaga olímpica só uma vez. Janeth só não se classificou para os Jogos em sua primeira participação, há 15 anos, em torneio disputado na Malásia e em Cingapura.


Fonte: Folha

Nenhum comentário: