quinta-feira, 25 de setembro de 2003

Paula, a Magic

Palavra Mágica

A secretária nacional dos Esportes, Maria Paula Gonçalves, a Magic Paula, ex-jogadora que marcou época conquistando títulos pela Seleção Brasileira de basquete, afirmou ontem, em visita ao presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), que o atleta profissional deve recorrer mais à Justiça do Trabalho para ser reconhecido como trabalhador no esporte. Paula comentou a importância da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) para o crescimento do esporte e reconhecimento profissional do atleta, além de cobrar maior união da classe esportiva. Em rápida solenidade no gabinete da presidência do Tribunal, ela foi agraciada com a medalha comemorativa dos 61 anos da Justiça do Trabalho.

Outra época


"Atuei no esporte durante 28 anos de minha vida e nunca fui reconhecida como trabalhadora.É o momento de os atletas pensarem mais quando forem contratados e exigirem a assinatura em carteira para que tenham tranqüilidade no futuro. Se não houver projeto algum de lei no Congresso nesse sentido, seria interessante que algum deputado iniciasse essa caminhada."

Trabalho e esporte

"As pessoas que hoje estão acostumadas a desempenhar uma atividade esportiva sentem uma grande melhoria na sua qualidade de vida, dormem melhor e têm maior disposição para tudo. Acho que uma atenção especial da empresa para com a atividade do corpo beneficiaria muito o rendimento do trabalhador e elevaria a produtividade da própria empresa."

Carteira Assinada

"Quando iniciei minha vida como atleta, aos 14 anos de idade, eu joguei por um colégio que me registrou. Por todos os clubes pelos quais passei, sempre procurei fazer o mesmo, mas isso nunca ocorreu como título de atleta profissional. Sempre fui registrada com algum cargo diferente. Muitas vezes a empresa ou clube não se preocupa em assinar a carteira de trabalho. É o momento de os atletas pensarem mais nisso quando forem contratados e exigem a assinatura em carteira para que tenham tranqüilidade no futuro."

A CLT e o atleta

"A falta de união é um problema do esporte. Vemos, por exemplo, a Lei de Incentivo à Cultura. Ela existe porque os artistas se unem e correm atrás do que querem. O esporte ainda não tem essa vocação. A classe esportiva poderia se unir um pouco mais e ir em busca do que deseja para sanar as dificuldades que encontra ao longo da carreira do atleta. Acho que a CLT é importante para o crescimento do indivíduo, além de fortalecer a profissão do atleta."

Processos


"Eu mesma sou uma ex-atleta que tem processo como jogadora tramitando na Justiça do Trabalho. Foi por ocasião de um contrato que assinei com um clube pelo prazo de três anos. Quando chegou o segundo ano de vigência, os dirigentes o rescindiram. É um problema, porque você programa toda a sua vida em razão daquele contrato e ele deixa de ter continuidade. Acho que nós atletas, temos que ser tratados com mais respeito e recorrer mais à Justiça."

Fonte: Jornal dos Sports


Matéria gentilmente enviada ao blog pelo Renato.

Nenhum comentário: