domingo, 28 de dezembro de 2003

Natal da FPB tá de assustar

Me chamaram atenção para o site da Federação Paulista de Basquete nesse fim de ano. Lá fui eu ver e quase caí da cadeira. Ainda bem que ela é giratória!

Primeiro, o próprio presidente analisa o trabalho. Sem modéstia, que fique claro!

CHAKMATI FAZ O BASQUETE PAULISTA CRESCER

O trabalho desenvolvido desde que a diretoria encabeçada por Antonio Chakmati assumiu a Federação Paulista de Basketball (FPB) sempre almejou o fortalecimento do basquete em todo o Estado de São Paulo. No final do primeiro mandato, o presidente afirma estar satisfeito com aquilo que já foi realizado. “Sentimos que completamos o primeiro mandato com o dever cumprido, mostrando aos filiados que o que nos move é a vontade férrea de trabalhar pelo nosso basquete”, comemora Chakmati.

Segundo o presidente, as atividades da Federação Paulista de Basketball (FPB) deste ano podem ser divididas em: campeonatos de base (Grande São Paulo, Interior e Estaduais), campeonatos adultos, festivais de crianças (abaixo de 12 anos), basquete social e cursos e clínicas de arbitragem.

Na temporada 2.003, 227 equipes estiveram disputando as competições masculinas, igualando o número de 2.002. No feminino, foram 80 equipes, contra 83 da temporada passada. No número de jogos, no masculino, ocorreu um crescimento: de 1.981 na temporada 2.002, para 2.085 na atual. Entre as mulheres, 500, contra 511 de 2.002. Com relação aos atletas, participaram dos campeonatos organizados pela Federação Paulista de Basketball (FPB), 2.560 jogadores, contra 2.481 de 2.002. No feminino, 719 atletas estiveram em ação, superando a marca de 682 do ano passado.

“Com estes números, se o nosso basquete não cresceu muito, não ficou abaixo de 2.002. Cresceu em qualidade”, informa Antonio Chakmati.



Resumindo: ficou na mesma pasmaceira de 2002, mas cresceu...

Segue:

BASE
Os campeonatos do pré-mini até o infantil masculino da Grande São Paulo são realizados pela FPB. No Interior, tudo fica á cargo das cinco ligas filiadas a esta entidade. No feminino, a FPB cuida do mini e mirm, da Capital e Grande São Paulo, ficando para as ligas, as competições específicas do Interior.

“As competições do infanto, cadete e juvenil masculino já se firmaram como campeonatos estaduais, disputados pelas equipes de diversas regiões de São Paulo. No feminino, infantil, infanto e juvenil também são estaduais”, explica Chakmati.

Os campeonatos de base masculinos sempre tiveram da atual diretoria, o maior cuidado e atenção. “Isso é demonstrado no número de jogos que tivemos do pré-mini ao infantil, na Grande São Paulo, com 777 partidas disputadas durante o ano”, relata o presidente, salientando que no feminino também se registrou um notório crescimento – 94 jogos, contra 40 do ano passado no mini, e no infantil estadual, de 40 para 78.

Na visão de Antonio Chakmati, o ponto fraco recai sobre a categoria juvenil feminina, quando as atletas têm sido levadas para o exterior. “Muitas vezes, sem condições no exterior, as jogadoras acabam sendo levadas pelos agentes, enfraquecendo cada vez mais o nosso basquete feminino”, esbraveja.


Não sei o que adianta esbravejar quanto a saída de atletas juvenis do país. Na miséria que anda nosso basquete e na escassez de times adultos (seis na última temporada), continuar no país, só fazendo hora extra com uma banquinha na 25 de março.

As jogadoras juvenis que tem saído para o exterior tem tido boas experiências. Iziane é exemplo-mor. Saiu do juvenil do BCN para uma temporada na Espanha e de lá a WNBA. Flávia Prado saiu de Santo André pra conseguir vaga numa equipe da primeira divisão italiana. Tayara deve conseguir abrir portas com o estrago que anda fazendo na segunda divisão espanhola. E que tal Flávia, vice-campeã mundial? E por aí vai...

Ele continua:

ADULTO
No Campeonato Paulista Masculino da Série A-1, que ainda se encontra em disputa, o equilíbrio verificado até a última rodada, quando várias equipes brigavam por vaga no playoff – quartas-de-final. Segundo Chakmati, isso aconteceu graças a uma resolução tomada no início do ano. “Limitamos a inscrição de atletas juvenis para quatro, para que os clubes pudessem preferir os jogadores adultos”, relata.

FESTIVAIS
Os Festivais de Mini Basquete também estiveram em destaque, uma vez que, em cada realização, cerca de 400 crianças participavam. “As crianças ficavam um dia inteiro jogando basquete, tendo a sua iniciação no esporte e sempre sendo premiada, independendo do resultado dos jogos”, lembra o presidente da FPB.

SOCIAL
A Federação Paulista de Basketball (FPB) também se alegra de ter dado a sua contribuição no lado social, com a realização de torneios das periferias, sendo no SESC Itaquera, SESC São Carlos, SESC Araraquara e SESC Consolação. Segundo Antonio Chakmati, primeiro ocorreu um campeonato de trincas, com a participação de 370 jogadores, na seqüência, um torneio de escolas da periferia, nos moldes do ‘Super 10’, que reuniu 450 atletas, representando 32 entidades de ensino.

“Este sucesso nos faz planejar vários torneios nestes estilos em 2.004, contando com a participação de escolas públicas e privadas”, adianta Chakmati.


ARBITRAGEM
No decorrer de 2.003, a Federação Paulista de Basketball (FPB) promoveu cursos, clínicas e palestras de arbitragem. Todas as realizações foram comandadas pelo instrutor Geraldo Miguel Fontana.


O grande momento vem ao final:

BRONCA
O fato a desagradar ocorreu no final do ano, quando Antonio Chakmati foi vítima de um ato de covardia. “Aos cães leprosos, que tentaram nos difamar com mentiras e calúnias, mesmo se escondendo no anonimato, nós sabemos quem são e os apontaremos, um a um, cada vez que estes cinco avestruzes tiverem a coragem de mostrar a cara suja de lama e de esterco”.


Clímax Total! Meu Deus, desde os tempos de Collor de Mello e seus "porcos que chafurdam na lama" não havia lido nada que me chamasse tanta atenção. Mas quando eu vejo o dirigente da maior federação de basquete do país se referir com termos tão chulos à acusações (que eu nem sei quais são), acho que entendo o nível do nosso basquete. Salve o avestruz!

Ufa!

Acharam que acabou?

Não, não!

Logo abaixo vem uma carta assinada pelo árbitro José Carlos Pelissari. Olhem só:

A VERDADE RECONDUZIDA

O Presidente da Federação Paulista de Basketball recebeu a seguinte carta de retratação do Sr. José Carlos Pelissari.

"SÃO PAULO, 22 DE DEZEMBRO DE 2003

AO SR.
ANTONIO CHAKMATI
PRESIDENTE DA FEDERAÇÃO PAULISTA DE BASKETBALL

PREZADO SENHOR,

VENHO POR MEIO DESTA, RESPEITOSAMENTE, PEDIR DESCULPAS A VOSSA PESSOA COMO NOSSO PRESIDENTE, À FEDERAÇÃO PAULISTA COMO INSTITUIÇÃO, AO DEPARTAMENTO DE OFICIAIS E A TODOS OS OFICIAIS DE QUADRA E MESA, PELAS AFIRMATIVAS E INVERDADES QUE PARTIRAM DE MINHA PESSOA, PROVOCANDO AS CRITICAS FEITAS PELA EX-JOGADORA PAULA NO PROGRAMA DA ESPN BRASIL SOBRE BASQUETE E NA RADIO JOVEM PAN.

PEÇO-LHE AINDA, ALEM DE MINHAS SINCERAS DESCULPAS, O FAVOR DE CONSIDERAR MINHA PENA JÁ CUMPRIDA, POR ESTES OITO MESES QUE FIQUEI AFASTADO, E QUE EU POSSA ASSIM VOLTAR A FAZER PARTE DESTE INCOMPARÁVEL QUADRO DE ÁRBITROS QUE É O DA FEDERAÇÃO PAULISTA DE BASKETBALL.

ATENCIOSAMENTE.

JOSÉ CARLOS PELISSARI"


Dessa carta é que eu não entendo nada mesmo! Mas nadica mesmo. Ela faz referência ao episódio do debate da ESPN, em que Paula fez acusações graves à organização da FPB, dizendo inclusive que as tabelas de arbitragem eram feitas em um botequim.

O presidente da FPB nem apareceu ao debate, porque não queria dividir a mesa com Paula. Depois anunciou no site da federação que processaria a ex-jogadora.

Agora, mais de um ano após do ocorrido, uma terceira pessoa (o árbitro Pelissari) se apresenta como o responsável por fazer chegar ao conhecimento de Paula tais fatos, agora chamados de "afirmativas e inverdades", que provavelmente nós nunca saberesmos se são afirmativas ou inverdades.

A carta ainda não deixa claro se esse é o motivo do árbitro estar afastado...

É, esse é o Jingle Bells da Federação Paulista!

Arre Égua!



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