quinta-feira, 29 de julho de 2004

Medalha olímpica faz Barbosa adiar projeto político

Pedro Junior
Em São Paulo


O técnico da seleção brasileira de basquete Antonio Carlos Barbosa falou mais alto, e o político Antonio Carlos Barbosa colocou na geladeira a pretensão de comandar os 300 mil habitantes de Bauru (SP).


Barbosa diz que não desistiu, apenas adiou sua entrada na política
Mas, para quem pensa que esse foi o fim da carreira política de Barbosa, o treinador (comandante do time medalha de bronze em Sydney-2000) tem um recado: "Eu não tinha dimensão da responsabilidade, das necessidades e das exigências que se tem dentro de uma campanha política, por isso saí da disputa. Mas eu não parei. Me aguardem".

A decisão de Barbosa surgiu da impossibilidade de conduzir ao mesmo tempo a candidatura a prefeito com as responsabilidades de técnico da seleção. "Chega um momento em que é difícil, em que não dá para conciliar as duas coisas. Fiquei numa encruzilhada. Mas a minha prioridade ainda é o esporte", explica.

"Ia ficar difícil para mim. No momento em que a eleição estaria acirrada, eu não estaria aqui. E estar lá com a cabeça aqui ou aqui com a cabeça lá seria praticamente impossível", completa o ex-candidato pelo PHS (Partido Humanista da Solidariedade, liderado pelo ex-prefeito de Osasco Francisco Rossi).

O técnico é afilhado político de Antônio Izzo Filho, que sofreu impeachment do cargo de prefeito de Bauru (SP), em 1997, e foi preso por quatro anos por corrupção e desvio de verbas públicas. Apesar do padrinho, Barbosa afirma que a falta de apoio político foi também um dos motivos que o levaram a desistir da campanha.

Em reportagem publicada em maio pelo UOL Esporte, Barbosa (secretário municipal de Esportes entre 1985 e 1992) foi acusado por seus opositores de trocar o esporte da bola laranja para ser "laranja" na política local.

Um dos seus críticos mais contundentes era José Carlos Batata, líder do PT na Câmara de Bauru. "Todo cidadão pode ser candidato, até os folclóricos. Mas a tradição da política brasileira costuma aceitar como candidatos sérios aqueles que têm uma história política e partidária", diz o vereador.


Barbosa orienta a pivô Érika durante treino da seleção brasileira
Barbosa, que declarou seu apoio ao candidato Tuga Angerami (PDT), defende-se dizendo que tem os requisitos básicos para participar de qualquer disputa política. "Tenho honestidade, transparência, conhecimento da cidade e entro em todas as faixas sociais. Por isso, meu nome tinha sido escolhido", diz.

O técnico da seleção ainda não definiu se vai participar das próximas eleições, tentando um cargo de deputado estadual, ou se vai esperar até 2008 para concorrer mais uma vez ao Palácio das Cerejeiras.

"Ainda não defini meu futuro político. Depois dos Jogos de Atenas, vou para o Rio de Janeiro coordenar um projeto e por isso vou dar um tempo", afirma. "Mas continuarei com um pé em Bauru por meio dos meus projetos sociais, relacionamentos e visitas. Apesar de longe, meu trabalho continuará o mesmo na cidade".


República Tcheca tem problemas para encontrar pivôs para Atenas

Da Redação
Em São Paulo

Atual vice-campeã européia, a seleção da República Tcheca terá um sério problema nas Olimpíadas de Atenas. Nas quadras gregas, a equipe estará sem suas duas principais jogadoras de garrafão.

Nesta semana, o técnico tcheco, Jan Bobrovsky, confirmou que a pivô Lucie Blahuskova não vai disputar os Jogos. Ele também não vai contar com a reserva imediata para a posição, Kamila Vodickova, que, apesar do período sem jogos da WNBA, vai continuar nos Estados Unidos em agosto.

Lucie Blahuskova, de 24 anos, foi a melhor jogadora do Campeonato Europeu de 2003 e levou as tchecas ao vice-campeonato, posição que garantiu presença nas Olimpíadas. No começo do ano, porém, a jogadora rompeu os ligamentos do joelho e teve de ser operada. O tempo de recuperação, porém, foi longo demais para garantir presença em Atenas.

Os desfalques e a média de idade baixa (23 anos) da equipe fazem com que as expectativas da equipe não sejam altas. "Não podem esperar um milagre de nós. Somos um time jovem. É um problema não contar com essas duas pivôs, mas, no caso da Vodickova, temos mais quatro jogadoras que podem jogar debaixo da cesta", avisou.

Recentemente, a seleção tcheca, que está treinando na capital do país, Brno, derrotou a Austrália e a China em amistosos. Neste final de semana, a equipe novamente enfrenta as australianas, em dois amistosos que vão definir o elenco para os Jogos. Atualmente, o técnico Jan Bobrovsky trabalha com 15 jogadoras.

A República Tcheca está no Grupo B do torneio de basquete feminino em Atenas, ao lado de China, Coréia do Sul, Espanha, Estados Unidos e Nova Zelândia.



Fonte: UOL - Olimpíadas

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