quinta-feira, 30 de setembro de 2004

Vendramini fala sobre a conquista dos Jogos Abertos

O time

Como já havia previsto, nas três primeiras partidas senti a equipe um pouco presa e sem ritmo de jogo. Isso aconteceu com todas as equipes, até a terceira rodada não tivemos jogos bonitos técnica e taticamente. A partir da terceira rodada os jogos melhoraram e no quarto, quinto e sexto jogo eu senti a equipe bem mais solta, com uma desenvoltura melhor.

As dificuldades


A equipe chegou em Barretos após um período de treinamento muito forte, principalmente treinos físicos, e sem realizar amistosos. Entramos numa competição, que é diferente de um campeonato o qual você pode recuperar os pontos perdidos, sabendo que uma derrota poderia ser fatal para tirar o time da disputa da medalha. Portanto a dificuldade era fazer a equipe jogar sem ter adquirido o melhor da sua forma.

A derrota


Em nenhum momento eu desanimei ou achei que não poderia chegar ao título. Senti que a equipe, na derrota, tirou proveito. Teve humildade para reconhecer as falhas. Senti que o grupo se fortaleceu para a conquista do objetivo principal, que era chegar as finais.

Momento para esquecer

Foi justamente na terceira partida quando o jogo se encerrou. Nós vínhamos durante trinta e oito minutos na frente do placar e nos últimos dois minutos Americana passou na frente e ganhou o jogo. Então esse é o momento para esquecer.

O equilíbrio

Eu imaginava um jogo bastante equilibrado, porque quando a gente chega as finais a equipe que está em desvantagem se supera. Existe sempre uma igualdade de forças na final, vale muito mais o coração, a superação, do que a própria tática e a estratégia empregada. Eu tinha certeza que teríamos uma final, novamente, de muito equilíbrio e para nossa felicidade acabamos vencendo no final.

O fim

Na realidade eu senti que a equipe era campeã quando o arbitro apitou, quando a mesa soou a campainha no fim da prorrogação. Principalmente o jogo final foi de um equilíbrio muito grande. Chegamos a abrir uma vantagem no terceiro quarto, mas logo Americana empatou de novo, passou a frente. Foi um jogo de muito equilíbrio. Só deu para comemorar realmente quando a mesa soou a campainha que o jogo havia encerrado.

Momento inesquecível

Foi quando a bola da Chuca viajou, faltando 0,9 segundos, e caiu dentro da cesta. Isso é um momento que fica gravado quando a gente deita e dorme. Eu vejo aquela bola entrando, são momentos raros e a gente não esquece.

A arbitragem

Quando termina uma competição a gente procura ver o que aconteceu, o que diz a imprensa, os comentários. E uma coisa que eu realmente não costumo fazer e não gosto, quando eu falho com minha equipe, é dizer que perdeu porque a arbitragem prejudicou. Isso desmerece a vitória do verdadeiro campeão. Eu não gostei das declarações da comissão técnica de Americana, que colocou a culpa na arbitragem. Não houve nada de anormal. Nós estamos acostumados ao longo desses anos todos, participar muito mais de decisões que a própria comissão técnica de Americana, estamos acostumados a decidir. E foi uma decisão como outra qualquer, com erros e acertos. As equipes também erraram e acertaram. E no final, assim como Ourinhos venceu, Americana poderia ter vencido. E eu, com certeza, não iria dizer que foi culpa da arbitragem. Eu acho que o título é da equipe de Ourinhos, sim senhor!

Dedicatória

Já havia falado que a torcida de Ourinhos tem sido o fator fundamental para o crescimento do basquete na cidade. O torcedor merecia um título dessa envergadura, um título tão grandioso. Então eu dediquei ao torcedor de Ourinhos. E como eu sempre faço também dedico a minha família, porque eu sempre tenho que ter lucidez para dirigir o grupo, e isso só consigo se tiver o carinho da família em casa. E é o que eu tenho tido sempre.

Fonte: ANTÔNIO CARLOS VENDRAMINI

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