sábado, 27 de novembro de 2004

Delegado vai ouvir Kátia na próxima semana

Claudio Nogueira

O delegado Sérgio Lorenzi, titular da 128 DP (Rio das Ostras), vai ouvir na próxima semana Kátia Meschese Baldin, acusada de estelionato pelo Iate Clube de Rio das Ostras. De acordo com os dirigentes, Kátia usou indevidamente o nome do clube para fazer despesas na cidade, relativas à manutenção do times masculino e feminino de basquete. As equipes foram desmontadas.

Desde outubro, nem atletas nem comissões técnicas receberam um centavo. O time masculino jogava o Estadual e o feminino, o Nacional. Kátia era responsável pela equipe, com o marido, Sandoval de Castro, e o uruguaio Jorge Alberto Quintana.

Kátia garante ter autorização para agir em nome do Iate

O delegado já havia ouvido Kátia no final de semana sobre a denúncia dos proprietários da Pousada da Bia (Beatriz Trojan e Darlan dos Santos) de que ela apresentou um cheque falso como garantia na hospedagem das equipes.

— Havia uma denúncia da Pousada da Bia, de que ela (Kátia) usou cheque do marido, de uma agência que não existe mais. Ela disse ter explicado ao dono da pousada que o cheque era só para garantia da hospedagem. Quanto à pousada, está caracterizado o estelionato — disse o delegado, informado de que ela teve inquérito por apropriação indébita na 22 DP (Penha).

Darlan, um dos donos da pousada, disse que a despesa é de R$ 16 mil. Kátia lhe deu um cheque garantia de R$ 6,6 mil. Ele não recebeu nada ainda.

Kátia garantiu ter documentos que provam que foi autorizada pelo clube a fazer contratações e despesas:

— Acertei com o Iate Clube no dia 7 de outubro. Entreguei ao comodoro (Hélio Valeriano) o contrato de parceria que criava uma diretoria de basquete. Ele me deu autorização para as negociações. As dívidas são do clube.

O comodoro Hélio reafirmou que apenas autorizou Kátia a se filiar à Federação de Basquete (Fberj):

— Eles me enganaram.

O vice-comodoro Carlos César Carvalhaes contou que Kátia chegou ao clube por intermédio do chefe de gabinete da prefeitura, Sydney de Mattos, que pediu ao comodoro que filiasse a associação na Fberj:

— Ela obteve a filiação no dia 7 de outubro. Como pode ter assinado contrato (com o técnico Palmier) em papel timbrado do clube com data do dia 4? E como a Fberj inscreveu o clube sem conhecê-lo?

Entre os atletas, Pedra contou ter enfrentado um drama.

— Se não fossem os técnicos (Palmier e Alexandre Cato, do feminino), teríamos passado fome — relatou.


Fonte: O Globo

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