domingo, 19 de dezembro de 2004

São Caetano curte a boa fase à espera da semifinal do Nacional

Raphael Ramos
Especial para o Diário


Enquanto os adversários medem força nas quartas-de-final do Nacional Feminino de Basquete até o fim do ano, o Santa Maria/ São Caetano curte uma fase de treinamentos light, com ênfase no condicionamento físico e nos trabalhos técnicos e táticos. Azarão, o time do Grande ABC desbancou equipes tradicionais como Ourinhos e a vizinha Santo André e terminou a primeira fase do Nacional como vice-líder, atrás de Americana. Com uma campanha de 11 vitórias e três derrotas, o Santa Maria/ São Caetano garantiu antecipadamente vaga nas semifinais do torneio, em janeiro. O time teve o mesmo número de pontos de Ourinhos, mas levou vantagem no confronto direto.

Sem estrelas e desfalcada de sua principal revelação (a pivô Flávia transferiu-se para a Itália), a equipe tornou-se a grande surpresa da competição e terá, a partir do próximo mês, o desafio de manter a boa companha da fase classificatória – basta segurar a invencibilidade dentro de casa que garante o vice-campeonato. Mesmo em caso de derrota em seus próximos jogos, iguala a sua melhor classificação no Nacional, um quarto lugar, obtido ano passado.

Agora, os rivais quebram a cabeça para entender o sucesso de São Caetano, enquanto o técnico Norberto Silva, o Borracha, tem a receita na ponta da língua. "Mesmo com um grupo heterogêneo, com meninas com mais de 30 anos e outras com 20, conseguimos montar uma equipe coesa e equilibrada em todos os setores. As diferenças se somam e temos um time completo", disse.

E os números comprovam a tese de Borracha. Apenas Aide, 32 anos, está na lista das 20 maiores cestinhas do campeonato, com média de 17,5 pontos por partida. As outras nove jogadoras da equipe possuem média que oscila entre 2,6 e 9,2.

O técnico também aponta a defesa como outro ponto forte de seu time – na estatística do campeonato, São Caetano é a terceira equipe que menos sofre cestas. "Com uma marcação forte, conseguimos forçar mais os erros do adversário e isso favorece nosso contra-ataque", afirmou.

Quartas – Nesta sexta, Santo André derrotou Uberaba por 73 a 67 e empatou em 1 a 1 a série melhor-de-cinco das quartas-de-final. Na outra chave, Ourinhos bateu São Paulo/ Guaru por 88 a 69 e abriu 2 a 0 de vantagem.

Time tem dois pilares em quadra

Especial para o Diário

A formação tática do Santa Maria/ São Caetano se estrutura em dois pilares de referência em quadra. Aide, a cestinha, e Fabianna, a líder em assistência e roubos de bola.

Fabianna, 22 anos, é a quarta melhor do Nacional em número de passes que resultam em cestas, com uma média de 4,1 por partida. No quesito recuperação de bola, é a sexta, com 2,4.

Paulista, a atleta se formou no basquete carioca. No Rio, defendeu o Barra da Tijuca, o ACF/ Campos e o Fluminense, clube no qual conquistou o Nacional de 1998. Na seleção juvenil, foi campeã Sul-Americana, medalha de bronze da Copa América e sétima colocada no Mundial. Pela Sub-21, levou a prata na Copa América e no Mundial.

Em São Caetano desde o ano passado, ainda mantém o sotaque e o estilo carioca de jogar. Se diz "cansada" de disputar quartas-de-final e agora, como já está classificada para a semifinal, curte as folgas no ginásio Prefeito Celso Daniel, onde assiste às partidas do rival Santo André diante do Uberaba. "Apesar de ficarmos quase um mês sem jogar, não podemos perder o foco", disse.

Fonte: Diário do Grande ABC

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