quinta-feira, 30 de junho de 2005

Clubes fecham com Nossa Liga para reunião da CBB

Marta Teixeira

São Paulo (SP) - A Nossa Liga de Basquete (NLB) pode não ter sido oficialmente convidada pela Confederação Brasileira de Basquete (CBB) para a reunião desta quinta-feira, mas vai estar representada mais que nunca. Nesta quarta, os clubes participantes da NLB decidiram em assembléia, que irão ao encontro com o presidente da CBB, representando a entidade. Apenas clubes foram convidados para a reunião.
A pauta programada pela Confederação prevê a apresentação do balanço do último Campeonato Nacional masculino, encerrado domingo, e a discussão da próxima edição do torneio. Mas os associados da NLB estão decididos a incluir a entidade entre os itens em discussão.

'Tem que ir lá e ouvir. Entrar mudo e sair calado', diz a ex-jogadora e vice-presidente da NLB Hortência. Segundo ela, a entidade não quer adotar a mesma postura da CBB, que sempre se recusou a reconhecer ou participar de qualquer reunião com a nova entidade. 'Ninguém vai poder dizer que a gente boicotou nada'.

O silêncio proposto, contudo, pode ser quebrado para tratar do reconhecimento da NLB ou de um provável campeonato organizado por ela. 'A gente tem que ter equlíbrio de saber a melhor hora de falar e ficar quieto', completa Hortência.

Até agora, a CBB sempre utilizou a ausência de documentação jurídica para não reconhecer a Liga. Segunda-feira, a entidade mandou um fax à CBB comunicando seu registro no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ). Mas a Confederação manteve sua postura por não ter recebido documentos referentes ao assunto. A Nossa Liga promete entregar a documentação amanhã, antes da reunião das 14 horas.

Cerca de 50 clubes foram convidados para o encontro, segundo a CBB. Mas nem todos vão atender ao chamado. Na reunião desta quarta, dez membros da Liga confirmaram sua participação: Paulistano/Dix Amico, Telemar, Ulbra, São José dos Pinhais/Keltek, Macaé, Joinville, Limeira, Minas, América e Rio Claro. Um representante da Traffic, empresa que ganhou a concorrência para cuidar do marketing da Liga, acompanhará o grupo.

A participação foi definida por votação. O presidente Oscar era favorável ao boicote completo, mas foi voto vencido. 'Como a CBB não nos recebeu antes não deveríamos ir', justifica. Foram apresentadas quatro propostas para votação: boicote, comissão restrita da NLB, comissão ampla ou participação livre dos associados. Apenas a ausência completa e a comissão ampla receberam votos.

Por 27 votos a cinco, a segunda opção foi escolhida. 'Isso é que é legal, você discutir, votar, cada um poder expressar sua opinião. Eu fui voto vencido, mas isso não me incomoda', afirma Oscar, que já se conforma com a situação. 'É interessante a gente estar lá para ouvir'.

Contudo, ele deixa claro que a possibilidade de outro Nacional organizado pela Confederação está completamente descartada pela NLB, que promete agir em bloco no encontro. 'Não pensamos em nenhum momento em não fazer o Campeonato, mas isso não nos impede de ouvir o que têm a dizer'.

A competição da Nossa Liga está prevista para ser realizada em outubro. Na assembléia desta tarde, houve uma tentativa de votação para definir seu formato. Contudo, como o número de clubes para sua primeira edição não estava fechado, a decisão foi adiada.

Os times ganharam novo prazo para confirmar sua participação, dia 15 de julho, e no dia 27 os membros da Liga voltam a se reunir para decidir o formato.

Marketing pode provocar torneio feminino da NBL em 2005

Marta Teixeira


São Paulo (SP) - O projeto inicial era que a Nossa Liga de Basquete (NLB) só organizasse um torneio feminino a partir do próximo ano, mas uma orientação dada pela empresa encarregada pelo marketing da entidade pode antecipar os planos. Na assembléia desta quarta-feira, em São Paulo, a empresa argumentou que disputar o torneio da Confederação Brasileira de Basquete (CBB) seria um retrocesso.
Com isso, a posição da NLB em relação ao assunto pode mudar. 'Vou mandar e-mail para todo mundo para marcarmos uma reunião e discutir o assunto. Se for viável para os clubes, é viável para a Nossa Liga', diz a ex-jogadora Paula, responsável pelo departamento feminino.

Segundo ela, 13 equipes estão ligadas ao feminino na entidade. Mas na reunião desta quarta, apenas duas estavam presentes. 'Como não estávamos planejando o campeonato para este ano as pessoas não estavam vindo muito às reuniões. Agora temos que reunir todo mundo para discutir isso. Inicialmente, a gente não faria nada esse ano e prepararia algo melhor no próximo'.

A data da próxima assembléia ainda não está definida, mas Paula não descarta aproveitar o dia da reunião programada para tratar do masculino (27 de julho). 'Podemos aproveitar a mesma data da reunião do masculino porque fica mais fácil, as pessoas só vão precisar fazer uma viagem'.

Oscar diz que argumentos são desculpa

Marta Teixeira


São Paulo (SP) - Para o presidente da Nossa Liga de Basquete (NLB), Oscar Schmidt, a argumentação apresentada pelo presidente do grupo Universo, Wellington Salgado de Oliveira, para deixar a entidade não passou de jogo de cena. Segunda-feira, o dirigente, que mantém três equipes de basquete (Unitri/Uberlândia, Universo/Ajax e Universo/BRB/DF) anunciou sua saída da Liga, alegando que Oscar não possuía o equilíbrio necessário para comandar a entidade.
'Eles entraram só esperando para ver o que acontecia', acredita o ex-jogador, que lamenta a decisão de Salgado e também a ausência do COC/Ribeirão. 'Só posso lamentar que quatro equipes grandes não estão mais conosco', afirma, negando que tenha ofendido Chaim Zaher, patrocinador do time de Ribeirão. 'Eu disse que tem muito dirigente cagão. Mas não acredito que Chaim ou Wellington sejam cagões'.

Além do alegado xingamento ao dirigente, Salgado também reclamou do comportamento de Oscar após o terceiro jogo da série final do Nacional, em Uberlândia (MG), quando o dirigente da equipe carioca teria chutado o banco e quebrado objetos no vestiário. Oscar repetiu que sua mulher e as dos jogadores foram ofendidas pela torcida o que causou todos os problemas. 'Meu comportamento foi provocado por isso', defende-se.

Apesar do abandono da Liga só ter sido comunicado no início da semana, Oscar acha que tudo foi feito de caso pensado por Salgado. 'Desde o início, jornalistas de Brasília me disseram que ele não iria ficar. Mas eu não acreditava, um dos vice-presidentes era do Universo e por sugestão minha', lembra, considerando a manobra só mais uma da lista de ações para desestabilizar a mobilização dos clubes.

'Acho que a CBB fez pressão', analisa. 'Pelo que as pessoas aqui falaram, as ligações que receberam. A verdade é que, infelizmente, a gente está incomodando muita gente'. Segundo o ex-jogador, até esta quarta, não foi enviado nenhum pedido formal de desligamento da NLB. 'Mas nem precisa, né. Com tudo isso que estamos vendo'.

Mesmo assim, Oscar não acredita que a decisão comprometa a evolução da NLB. 'Não me preocupo com isso'. Nesta quinta, a Liga vai estar representada na reunião dos clubes com a CBB, que pretende fazer um balanço do último Nacional e projetar o próximo.

Os clubes ligados à NLB, no entanto, já adiantam que só têm interesse em acompanhar a prestação de contas e tratar do reconhecimento da nova entidade. Se a Liga não entrar na pauta quando o assunto for competição, prometem abandonar a discussão.

Oficialmente, a Confederação ainda não reconheceu a NLB, que promete apresentar a documentação completa de sua criação amanhã, antes do encontro no Jockey Clube, no Rio de Janeiro. Oscar avisa que a entidade vai em busca de reconhecimento, mas uma possível recusa da CBB não o abala. 'O reconhecimento é por questão de princípio. Joguei lá (na seleção) 20 anos. A CBB também é minha, não gostaria de romper definitivamente, mas se tiver, paciência'.

Para ele, a atitude da Confederação pode acabar até revertendo em benefício da nova representação dos clubes. 'Se não formos reconhecidos pela CBB podemos atrair até mais patrocínios', calcula o ex-jogador, visualizando espaços publicitários que hoje são proibidos nas quadras.

Oposição articula Associação contra Grego

Marta Teixeira


São Paulo (SP) - As nove Federações que votaram contra a reeleição de Gerasime Grego Bozikis para a presidência da Confederação Brasileira de Basquete (CBB) no início de junho estão articulando uma associação para fazer oposição à gestão do dirigente. Segundo Guilherme Kroll, vice-presidente da Federação do Rio de Janeiro, a entidade está em processo de registro.
'A Associação Nacional de Federações Esportivas vai combater qualquer federação que não estiver agindo de acordo', promete o dirigente. Autoentitulando-se G-9, o grupo é formado pelas federações de basquete do Espírito Santo, Pernambuco, Piauí, Ceará, Pará, Alagoas, Paraná, Rio de Janeiro e Distrito Federal.

Segundo Kroll, o objetivo é manter uma 'oposição responsável' à gestão atual. Nesta quinta-feira, a CBB está se reunindo com representantes dos clubes para fazer um balanço da última edição do Campeonato Nacional masculino e também pretende conversar sobre o torneio do próximo ano.

Os clubes filiados a Nossa Liga de Basquete (NLB), contudo, prometem discutir a competição apenas com o reconhecimento e a participação da Liga.

Fonte: Gazeta Esportiva




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