terça-feira, 27 de setembro de 2005

Chave do cofre

Fábio Zambeli


A CBB abriu os cofres para estimular a debandada de clubes da Nossa Liga e já torna um iminente fracasso o primeiro campeonato “independente” da modalidade.
Ao criar uma comissão executiva liderada pelos clubes para gerenciar o caixa do próximo Nacional masculino, a entidade máxima do basquete tupiniquim atrai novos - e importantes - aliados na queda-de-braço pela organização do calendário da temporada que se aproxima.

Era previsível o desfecho. O arsenal em cada trincheira é desigual, logo era questão de tempo a desistência de alguns dos mais valentes “guerreiros”.

A mais surpreendente capitulação deu-se em solo francano. Regozijada pelo retorno da trupe de Hélio Rubens, Franca gravitou na liderança do movimento dissidente com ataques velados ao comando do esporte no país.

O supervisor, Fernando Minucci, chegou a ocupar cargo de direção na NLB e saiu em defesa de Oscar Schmidt no embate com a cartolagem oficial.

Agora, o clube mais tradicional do Estado já segue a cartilha da Confederação. Bauru, Rio Claro e Paulistano também mudaram de postura e esvaziaram ainda mais o núcleo paulista da Nossa Liga.

Desde o princípio, era improvável imaginar que a iniciativa liderada por Oscar fosse bem-sucedida já no primeiro ano.

Os atores do processo eram, em sua maioria, conhecidos do grande público, muitos deles sujeitos às pressões políticas que norteariam o caso mais cedo ou mais tarde.

É preciso, entretanto, avaliar os dividendos dessa luta inglória. Em parte, as reivindicações dos clubes vêm sendo gradativamente acolhidas pela cúpula do basquete - a chave do cofre é uma delas.

A visibilidade que o cisma ganhou na mídia certamente colaborou para exaltar ânimos e marcar posições.

Se Oscar Schmidt e seus comandados apostam na ofensiva cujo embrião fora lançado em março, devem insistir na tecla.


Mesmo fragilizado, o torneio pirata tem de sair do papel para evidenciar o descontentamento de parte da cartolagem, de técnicos e atletas com a cúpula da CBB.

Diante dos últimos capítulos da novela, a posição de José Medalha, um dos coordenadores do levante da NLB, soa sensata. Ele tem refutado com veemência o "vale-tudo" para segurar os times sob sua tutela. Bom sinal.

O mesmo se espera da articulação liderada pelo dirigente Hélio Barbosa, derrotado no pleito de maio, que pretende manter em permanente sintonia os nove oposicionistas da atual gestão. Para tanto, formou uma associação com compromissos e metas, com reuniões periódicas.

Um instrumento que não pode ser desprezado no longo e extenuante processo de abertura na administração do esporte no país.

Com as ferramentas da NLB, é possível, sim, realizar um campeonato enxuto, com atrativos para os patrocinadores e para o público, mesmo sem o aval dos organismos internacionais.

Caso o projeto seja engavetado, o recuo referenderá a autoridade de Gerasime Bozikis, o Grego, para prosseguir sua operação notadamente centralizadora à frente da entidade máxima do bola-ao-cesto nacional.


Zona Morta


))) Ressurge em Pernambuco o bravo time feminino do Sport, com reforços egressos de Ribeirão Preto. Para disputar o Nacional, o Leão contará com as jogadoras Geisa, Josiane, Nathália e Karen Rocha, além da jovem e talentosa armadora da seleção brasileira Tayara Pesente, 22 anos. O campeonato tem início no dia 9 de outubro.


Fonte: Rebote

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