quinta-feira, 22 de setembro de 2005

Micaela Martins Jacintho

A ala Micaela foi um dos destaques da seleção feminina na temporada 2005, onde o Brasil venceu 22 partidas em 24 jogos. A atleta conquistou o decamcampeonato sul-americano, em julho, foi campeã do Torneio Internacional de Nórcia e da Copa Eletrobrás e vice-campeã da Copa América/Pré Mundial da República Dominicana. Nesta última competição, a ala foi a cestinha, com 105 pontos e eleita a melhor atleta da posição 3 pela imprensa e pelo comitê da Fiba América. Micaela afirma que está super feliz com o atual momento de sua carreira. Ela se recuperou de uma séria lesão no tendão de Aquiles e voltou à seleção fazendo grandes atuações. Depois de uma temporada na Itália, onde defendeu o Pool Comense, a atleta volta ao Brasil para defender o Unimed/Ourinhos no mundial de clubes, em outubro, na Rússia e no Nacional Feminino. Aos 26 anos, a ala, que nasceu em Miracema, no interior do Estado do Rio, coleciona títulos na seleção e nos clubes por onde passou. Pela seleção foi campeã da Copa América Juvenil (México – 1996), 4º lugar no Mundial Juvenil (Brasil – 1997), tricampeã sul-americana adulta (Peru – 2001, Equador – 2003 e Colômbia - 2005), campeã da Copa América Adulta (Brasil – 2001), vice-campeã da Copa América Adulta (Rep. Dominicana – 2005), 7º lugar no Mundial Adulto (China – 2002), medalha de bronze nos Jogos Pan-Americanos de Santo Domingo (República Dominicana - 2003) e campeã do Torneio Pré-Olímpico das Américas (México – 2003). Pelos clubes, Micaela foi campeã carioca (Vasco da Gama – 2001), campeã do Nacional (Vasco da Gama – 2001 e Americana – 2003) e campeã paulista (Americana – 2003).

Qual sua análise da temporada 2005 da seleção feminina?

Excelente. A equipe evoluiu muito em todas as fases de treinamento e nas competições. O grupo adquiriu um ótimo conjunto, o ataque foi melhorando a medida que ficávamos mais entrosadas e crescemos demais na defesa. Apesar de termos perdidos para Cuba a Copa América, foi uma ótima temporada. Trabalhar com um grupo legal como esse foi maravilhoso e o resultado foi uma equipe unida, onde cada um faz o melhor possível para ajudar a equipe.


Como você vê a sua participação na equipe brasileira?

Acho que estou jogando realmente bem. Vim de uma contusão séria no tendão de Aquiles que me deixou parada por cinco meses. Cheguei à seleção recuperada e vi que era a minha chance de mostrar todo o meu potencial. Fui ganhando confiança e consegui o meu objetivo. Joguei a temporada inteira e pude contribuir para o sucesso da equipe, principalmente com a velocidade, que é meu ponto forte.


Qual a expectativa de jogar o próximo mundial no Brasil, em 2006?

Pensar em jogar um mundial no Brasil me deixa muito empolgada. Infelizmente me machuquei no início do Mundial da China em 2002 e acho que chegou a minha hora nessa competição. Com certeza, jogar para a nossa torcida, família e amigos vai dar uma energia a mais e espero estar bem fisicamente para lutar por esse título.


Quais as chances do Brasil na competição? E os adversários mais fortes?


Precisamos pensar para o alto. Vamos lutar para chegar ao pódio, se possível para sermos campeãs e acho que temos todas as condições para isso. Temos talento e o grupo ainda será reforçado. Quanto aos adversários, acredito que os mais fortes são Estados Unidos, Rússia, Austrália, República Tcheca e França.


Depois de um ano na Itália, você está de volta ao Brasil. Qual a expectativa para essa nova temporada?

Assinei com Ourinhos para jogar o Mundial de clubes e o Nacional Feminino. É muito bom estar de volta, perto da família, dos amigos e trabalhar em uma grande equipe. Conheço a maioria das atletas e com certeza farei o possível para ajudar o time a conseguir muitas vitórias nessa temporada. Vamos trabalhar para fazer bonito nesse mundial de clubes da Rússia.


Quais os melhores momentos da sua carreira?

Eu acho que estou atravessando a melhor fase da minha carreira, jogando bem e com muita segurança. Outra fase muito legal foi a Copa América Juvenil Feminina, em 1996, em que joguei muito bem.


E os piores?

As contusões, pois, são épocas chatas, em que a gente fica parada, sem saber o que vai acontecer, preocupada com o futuro e quando volta à quadra, bate uma insegurança no começo que atrapalha. Eu demoro um pouco para retomar a confiança. Por causa de lesões, não joguei o Mundial da China, em 2002, pois torci o pé logo no início e fiquei de fora da Olimpíada de Atenas.


Fale sobre a sua trajetória no basquete.


Comecei com 13 anos, na escolinha da minha cidade, Miracema, com os técnicos Ronaldo Duval e Milton Luiz Soares, que me ensinaram a jogar basquete. Foi paixão a primeira vista pelo esporte. Gostei e nunca mais parei. Joguei também na Ponte Preta, Guaru, Dom Bosco, BCN/Osasco, Vasco, Americana.

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