terça-feira, 29 de agosto de 2006

Janeth não sente a responsabilidade de liderar a seleção

Helder Júnior, especial para GE.Net

São Paulo (SP) - Aos 37 anos, a ala Janeth vai ser a referência da seleção brasileira no Mundial de basquete feminino, que será realizado em São Paulo a partir de 12 de setembro. Única remanescente do grupo campeão mundial em 1994, a veterana não se incomoda com a incumbência de liderar as jogadoras mais jovens.
“Não fui eu que pedi para ser a capitã da equipe. Como disse o técnico, isso é uma coisa que se conquista pela sua presença em quadra, pelo diálogo que você tem. Vai ser normal para mim. Não é porque o Mundial vai ser no Brasil, porque a Paulo e a Hortência pararam, que vai mudar alguma coisa”, garantiu.

As passagens de Janeth pelos Estados Unidos, onde defendeu o Houston Comets na WNBA, e Espanha, jogando pelo Valencia, também vão servir à seleção brasileira. O primeiro país é o maior favorito a conquistar o Mundial, enquanto o outro tem uma seleção ascendente, que enfrenta o Brasil logo na primeira fase, no dia 14 de setembro.

“Participei da Liga Espanhola e sei que eles têm um time muito forte. Conheci várias boas jogadoras, por isso que eu falo para as meninas que vai ser difícil”, ensinou Janeth. “Nos Estados Unidos, pude conhecer mais adversárias, depois comparar o estilo de jogo com o europeu. Dá para passar alguma experiência”, disse a ala, que, no entanto, não vê com bons olhos o êxodo das jogadoras brasileiras. “Infelizmente, nossos campeonatos estão enfraquecendo muito”, lamentou.

Janeth é cautelosa ao comentar as chances do Brasil no Mundial. “A gente sabe da realidade do basquete hoje. Pelo menos sete seleções têm chances de ir longe. Vai depender muito do dia de cada uma, do treinamento”, especulou.

“Os Estados Unidos começaram a treinar mais cedo, mas a nossa base já está formada. Por estarmos muito tempo juntas, vamos fazer só um reentrosamento”, minimizou Janeth, que espera dar uma lição às novatas em seu provável último Mundial com a seleção brasileira.

Leão dá palestra para seleção de basquete feminino

Helder Júnior, especial para GE.Net

São Paulo (SP) - Emerson Leão trocou os jogadores do Corinthians na noite desta segunda-feira pelas atletas da seleção brasileira de basquete feminino. O treinador foi convidado pela Confederação Brasileira de Basquete (CBB) para dar uma palestra ao grupo que se prepara para o Mundial da modalidade, que começa no próximo dia 12 de setembro, em São Paulo.
“O seguimento é diferente do meu, mas o sacrifício delas ficarem concentradas nesse hotel tem que ser quebrado com uma coisa diferente, como esse bate-papo”, justificou Leão, que fechou as portas à imprensa para conversar com as jogadoras. O tema da palestra era “liderança e motivação”, mas lá dentro isso ficou de lado. “Não vim para estabelecer normas de conquistas, mas mais para conversar, para que elas conheçam um pouco do outro lado, do meu trabalho no futebol”, contou o palestrante.

O técnico Barbosa, da seleção brasileira, aprovou o discurso do colega, sem sentir seu trabalho menosprezado por isso. “A sugestão da palestra foi da patrocinadora do Leão, que é a mesma da seleção. Eu aceitei na hora. Às vezes, tem técnico que se melindra com isso, mas não tem motivo. Ele é um treinador de sucesso, com um trabalho que deu resultado, e eu já estou há muitos anos no esporte”, argumentou.

Barbosa também não viu no fato de Leão trabalhar com o futebol um empecilho para o evento. “Estamos tratando de dois esportes coletivos, de alta competitividade, e o rendimento dele, como técnico e jogador, é excelente. Isso só acrescenta bastante para gente”, garantiu. “Ele usou da sua experiência para falar às jogadoras o que elas precisam para ter sucesso, depois ficou conversando, respondendo dúvidas das meninas”, afirmou.

“Foram perguntas sobre receitas no futebol, condutas a serem seguidas, entre outras curiosidades femininas”, complementou o técnico do Corinthians, com um sorriso no rosto. Entre as curiosas, estava a experiente ala Janeth, corintiana e que tinha Leão como goleiro no seu time de futebol de botão. “É muito bom falar com ele de perto. Foi um bate-papo, em que ele passou um pouco da sua experiência para gente. É bom para descontrair um pouco, além do que ele é uma pessoa experiente, que tem muito a ensinar”, disse a jogadora.

Corintianas da seleção brasileira cobram Leão


Helder Júnior, especial para GE.Net

São Paulo (SP) - O técnico Emerson Leão não conseguiu fugir dos problemas do Corinthians nem mesmo quando proferia uma palestra para a seleção brasileira de basquete feminino, na noite desta segunda-feira. À imprensa ele se recusou a comentar o assunto, mas das perguntas das jogadoras ele não escapou.
“O que vocês estão fazendo aqui?”, indignou-se Leão, no momento que viu os repórteres esperando pela palestra, que nenhum deles assistiu. O treinador se reuniu às portas fechadas com as atletas, várias delas torcedoras do Corinthians.

A pivô Érika foi a primeira a cobrar o treinador sobre o mau momento do time do Parque São Jorge. “Ela perguntou o que ele ia fazer para arrumar a casa do Corinthians, que estava precisando de uma limpeza”, dedurou a ala Janeth, outra corintiana. A armadora Helen completou a questão, querendo saber se Leão já tinha começado a “lavar a roupa suja” no clube. O técnico só sorriu e desconversou.

Janeth, que escalava o treinador do Corinthians como goleiro do seu time de futebol botão, está do lado dele na polêmica com o argentino Tevez. Na condição de capitã da seleção brasileira, ela também acha que o atacante não pode ostentar a tarja no Timão. “Seria essencial ele falar português para poder se comunicar. Também não entendo o que ele fala. Fico fazendo o maior esforço e não consigo. E olha que, quando eu jogava no Houston, nos Estados Unidos, eu convivi com muitos mexicanos e entendo o idioma”, opinou a veterana.

Um dos ensinamentos de Leão na palestra desta segunda-feira também pode ser aplicado ao caso Tevez. “Ele falou muito em comprometimento. A partir do momento que a pessoa não quer trabalhar com o grupo, não está interessada, ela deve ir embora”, contou Janeth. “Mas falamos pouco de futebol, até porque não entendemos quase nada”, garantiu.

Enquanto Tevez, Sebá e Mascherano não falam a mesma língua que Leão, Corinthians e MSI continuam não se entendendo no Parque São Jorge. A sintonia, segundo o próprio treinador do Alvinegro, é essencial para se conseguir as vitórias. “Ele falou da necessidade da simbiose entre os atletas, o técnico e os dirigentes. Sem isso, não há sucesso”, sentenciou o técnico Barbosa, da seleção brasileira de basquete.

O debate sobre o Corinthians, no entanto, ficou restrito à palestra. Emerson Leão deixou o auditório do hotel em que o Brasil está hospedado, preparando-se para o Mundial da modalidade, sem falar no Timão. “Se quiserem falar do Corinthians, terei o maior prazer em responder, mas quando estivermos no Corinthians”, disse o treinador, após as cobranças das atletas do basquete.


Brasil conta com a torcida para ir longe no torneio

Helder Júnior, especial para GE.Net

São Paulo (SP) - Pela quarta vez na história (as outras duas aconteceram em 1957, 1971 e 1983), o Brasil vai sediar um Mundial de basquete feminino. O torneio será realizado nos ginásios do Ibirapuera e de Barueri a partir de 12 de setembro e, segundo as jogadoras da seleção, deve contar com bom público.
“É muito legal jogar com a torcida do nosso lado, gritando o tempo todo e incentivando. Quem sabe até xingando, né?”, brincou a ala Janeth. Mesmo se as vaias vierem das arquibancadas, a veterana prefere jogar em casa. No Brasil, ela garante que o calor humano não vai faltar, como viu acontecer em 1994 e em 1998, por exemplo.

“Lembro que, nos torneios que disputamos na Austrália e da Alemanha, não tinha quase ninguém no ginásio. É muito ruim jogar assim, para ninguém”, lamentou a ala. O Mundial da Austrália, porém, traz a melhor recordação dos brasileiros no torneio: a medalha de ouro. O melhor resultado antes do título de 1994 havia sido conquistado justamente no Brasil, em 1971, quando a seleção terminou como terceira colocada.

O técnico Antonio Carlos Barbosa também gostou de comandar o país-sede da competição. “Temos que capitalizar o sentido positivo de jogar em casa, com a torcida do lado. Não podemos nos preocupar com a pressão. Quem não estiver preparado para isso, não pode ser técnico nem jogador de uma seleção brasileira”, condicionou.

Outro ponto favorável do Mundial, segundo Barbosa, foi a tabela. O primeiro adversário do Brasil será a arqui-rival Argentina. “Conhecemos bem o time delas, porque nos enfrentamos sempre. Eles estão fazendo um bom trabalho, mas ainda não nos fazem frente. Esse jogo é bom para trazer a torcida para o nosso lado”, vislumbrou o treinador.

Além da Argentina, o Brasil enfrenta no grupo A do torneio a Coréia do Sul e a Espanha, sendo todos os confrontos realizados no Ibirapuera. Se passar para as oitavas-de-final, a seleção cruza com Austrália, Canadá, Lituânia ou Senegal, integrantes da chave B.


Fracasso da seleção masculina não pressiona a feminina

Helder Júnior, especial para GE.Net

São Paulo (SP) - A seleção brasileira de basquete feminino não quer arcar com o peso do fracasso do grupo masculino no Mundial do Japão. Após o time de Lula Ferreira fazer sua pior campanha na história da competição, as meninas não pensam em entrar em quadra para resgatar a imagem do esporte no país.
O Mundial feminino começa no próximo dia 12, em São Paulo, e tem a seleção dos Estados Unidos como favorita absoluta. O Brasil promete brigar por medalha. “Há muitos anos, estamos tendo resultados muito melhores que o masculino. Então, não muda nada o fato de eles terem ido mal agora”, garantiu o técnico Antonio Carlos Barbosa.

As jogadoras concordam com o comandante. “Nós já tínhamos nossa responsabilidade antes. O masculino sempre teve o brilho dele e nós o nosso. Não vai ser diferente dessa vez”, discursou a ala Janeth, outra a apontar a seqüência negativa do basquete masculino. “Eles já não foram às duas últimas Olimpíadas. Esperamos que consigam ir agora”, desejou a veterana.

A expectativa do basquete masculino para o Mundial, no entanto, era a melhor possível. Os jogadores embarcaram para o Japão como a nova grande geração do esporte e voltaram mais cedo que o previsto. “Essa campanha do masculino foi inesperada para todo mundo. Até mesmo para eles”, disse Barbosa.

Mas o técnico não acredita que o fracasso signifique a derrocada definitiva do basquete masculino no país. “Vamos tentar melhorar isso com o tempo, com o apoio da CBB. Isso vai mudar”, garantiu Barbosa, que mais uma vez tem a não tão difícil missão de, com as brasileiras, se sair melhor que os brasileiros em uma competição continental.

Fonte: Gazeta Esportiva




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