sexta-feira, 23 de fevereiro de 2007

 

Helen anuncia despedida da seleção

Marta Teixeira


São Paulo (SP) - Foram 15 anos como jogadora da seleção brasileira feminina de basquete, mas para a ala Helen esta é uma fase encerrada em sua vida. A jogadora, que atualmente defende o Rivas Futura, na Espanha, anunciou oficialmente que não irá mais integrar a seleção. Segundo Helen, a decisão é resultado de desgaste físico.
"Não foi uma decisão da noite para o dia, já estava pensando nisso. Este ano a seleção tem dois compromissos importantes, o Pan-americano e o Pré-olímpico, e não quero estar mais ou menos na seleção", diz, explicando suas razões para a despedida.

Com planos de continuar nas quadras por mais dois ou três anos, a ala considera que seria complicado atingir seu objetivo mantendo o ritmo profissional que as participações na seleção exigem. Os torneios internacionais da Federação Internacional de Basquete (Fiba) ocorrem sempre no período de férias dos clubes, obrigando as atletas a se manter em atividade na época de descanso.

"Tomei esta decisão por motivos físicos. Estou querendo prolongar minha carreira e assim ficaria difícil. Preferi deixar a seleção", diz a jogadora, que está com 34 anos. "Estou na seleção desde 91 jogando praticamente direto, fora os períodos em que tive lesão. Mas não é só a parte física que pesa, também tem a pressão, a responsabilidade. Não foi fácil, mas tenho certeza que tomei a decisão correta. Conversei muito com minha família, meu marido e me senti muito apoiada".

Com a seleção, Helen foi campeã Mundial na Austrália, em 94, medalha de bronze nos Jogos Olímpicos de Sydney-2000 e quarta colocada no Mundial em São Paulo, no ano passado. Em setembro, ela já havia garantido que não participaria de outro Mundial, mas deixara a situação em aberto para os Jogos Pan-americanos sem um anúncio oficial.

"Consegui muitas conquistas e vitórias e tive grandes oportunidades. Tive a felicidade de jogar o Mundial no meu país e fico muito contente com nosso quarto lugar e o reconhecimento do público. Por isso não quero prolongar a situação, quero terminar bem minha carreira. O Pan em casa é especial, não tem o peso do Mundial, de uma Olimpíada, mas sei que é muito importante".

Técnico encara decisão com naturalidade

Marta Teixeira


São Paulo (SP) - Para o técnico da seleção brasileira feminina de basquete, Antonio Carlos Barbosa, a decisão da ala Helen Luz de não integrar mais a equipe nacional não é surpreendente. "Não chega a ser uma surpresa porque acho que vai chegando um momento na vida da atleta que a seleção deixa de ser prioridade".
Confirmado no cargo até o final dos Jogos Pan-americanos, quando será substituído por Paulo Bassul, Barbosa ainda não conversou com a jogadora. "Estive viajando e agora estou em Macapá (ministrando uma clínica pela Confederação Brasileira de Basquete), mas vou ligar para ela", afirma.

De acordo com o treinador, o objetivo não é fazer a atleta mudar sua decisão. "É até para dar apoio", garante. "A Helen é muito importante para a seleção, não apenas como jogadora. Ela é imprescindível como pessoa, uma líder com liderança positiva, um exemplo de vida. Mas sei que quando toma uma decisão ela pensa muito. Ela não é uma pessoa passional, não tem rompantes".

A justificação pelo cansaço é compreendida pelo treinador. "A seleção desgasta muito, se tornou hoje um pouco penosa, não por defender o país, mas porque a atividade é sempre intensa. São quatro meses difíceis".

Helen anunciou sua decisão direto ao presidente da CBB, Gerasime Grego Bozikis, no último dia 13.

Sem Helen, lista de problemas aumenta para Barbosa

Marta Teixeira


São Paulo (SP) - O anúncio da ala/armadora Helen de não mais defender a seleção brasileira feminina de basquete é mais um item na lista de problemas a ser administrados pelo técnico Antonio Carlos Barbosa para os Jogos Pan-americanos do Rio, em julho. Além dela, ele corre o risco de ficar sem Janeth, cuja presença nos Jogos depende de sua negociação com a WNBA.
"Tenho várias novidades, porque a Érika também teria acertado com a WNBA", ressalta o técnico. "Desde que assumi a seleção em 96 tem sido assim, vou para o Pan sempre faltando jogadoras. É difícil".

Apesar dos problemas, Barbosa diz que só vai pensar no assunto depois que completar seus compromissos no Amapá (onde ministra uma clínica técnica). "Terminando esta clínica vou começar a programar o Pan. Nossa dificuldade é saber com quem poderemos contar".

Fonte: Gazeta Esportiva
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