quinta-feira, 29 de março de 2007

Novo técnico da seleção, Bassul é apenas espectador até o Pan

Giancarlo Giampietro e Renan Prates



O técnico Paulo Bassul foi confirmado no mês passado como o novo técnico da seleção feminina de basquete, mas até o Pan-2007 ele terá de trabalhar à margem, sem participação no trabalho de Antônio Carlos Barbosa até o evento no Rio de Janeiro.


"No Pan serei um mero espectador, pois acompanharei as partidas fora da quadra para fazer as avaliações necessárias das atletas que disputarão a competição. Barbosa terá autonomia para fazer o que quiser sem a minha intromissão", afirmou o treinador ao UOL Esporte.

Bassul assumirá a seleção com uma missão importante: levar o time às Olimpíadas de Pequim-2008. Quando o Pan acabar em julho, ele terá dois meses para se ajeitar para o Pré-Olímpico de Valdívia, no Chile, que começará no dia 25 de setembro e renderá apenas uma vaga para os Jogos.

Diante da dificuldade de se fazer uma transição de comissão técnica no meio das duas principais competições do ano, Bassul decidiu não acompanhar a preparação da seleção sub-21 para o Mundial da Rússia, justamente para observar melhor as jogadoras da equipe principal. "Ainda assim, teremos quase dois meses entre o Pan e o Pré-Olímpico, algo bem razoável para eu programar meu trabalho", justificou.

A convocação de Bassul para o torneio chileno será divulgada logo após o Pan. As atletas iniciarão os treinamentos na primeira semana de agosto. Quanto a nomes, o treinador diz que já tem quase tudo definido. "Evito falar nisso até o final do Pan-Americano, para que o Barbosa tenha toda tranqüilidade para trabalhar com sua comissão técnica."

Barbosa, por sua vez, mostrou tranqüilidade em relação à mudança na seleção. Ele, que será supervisor técnico da CBB (Confederação Brasileira de Basquete) após o Pan (veja no quadro acima) acredita que não haverá muitas alterações entre as seleções. "Acredito que 95% das nossas listas será igual, pois no feminino não tem o que inventar", justificou.

O veterano treinador elogiou a indicação de seu sucessor, e ressaltou que a sua saída era algo já planejado. "Já era para eu ter saído até antes. O Bassul, que era meu auxiliar, iria assumir o cargo após o Mundial de 2002, mas a CBB decidiu adiar o projeto. A troca é algo natural."

Bassul foi auxiliar-técnico da seleção feminina de 1999 a 2004, quando decidiu sair da equipe contrariado pela manutenção de Barbosa. Três anos depois, volta à seleção com a tarefa de derrubar os Estados Unidos no Pré-Olímpico, pois a potência não assegurou vaga no Mundial em São Paulo. "Mas nosso time tem jogadoras de qualidade. Iremos para o Chile brigar pelo primeiro lugar", disse.

TRANSIÇÃO TRANQÜILA?

Barbosa ainda tem a bola nas mãos e diz que será supervisor de Bassul na equipe


Após o Pan, Antônio Carlos Barbosa deixará o comando da seleção para ocupar uma nova função, a de supervisor técnico. Porém, ele e o futuro técnico da seleção feminina Paulo Bassul divergem em relação a função que Barbosa exercerá após o Pan. "Barbosa trabalhará com as categorias de base e ministrará clínicas para treinadores de todo o Brasil", explica Bassul. "Serei supervisor de todas as categorias, não só das divisões de base", contrapõe Barbosa, que se mostrou disposto a trabalhar em parceria com Bassul

PREPARAÇÃO PARA O PAN

Barbosa adiantou que já entregou uma pré-lista com 24 nomes para o Pan do Rio. Segundo o técnico, em abril será feita a convocação da equipe, numa lista com 17 nomes. Em junho, cinco atletas serão cortadas, e as 12 restantes treinarão já no Rio de Janeiro. Serão realizados três jogos contra Cuba (considerada pelo treinador a principal rival pelo ouro do Pan) no Rio, como preparação para a competição. Barbosa pretende contar com as atletas da WNBA para a disputa dos Jogos Pan-Americanos.


Fonte: UOL Esporte

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