segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Bassul se espelha na Austrália para montar duas equipes na seleção


Maurício Dehò
Em São Paulo (SP)


Dois países de dimensão continental, com poucos times em seus campeonatos principais e dificuldades de encontrarem rivais nos países mais próximos. Assim são Brasil e Austrália no basquete feminino. Mas as semelhanças param por aí. Enquanto as australianas são campeãs mundiais e vice-olímpicas, as brasileiras sofreram para chegar a Pequim, e nem passaram da primeira fase na China.


Para mudar isso, o técnico Paulo Bassul estuda uma renovação na seleção e tem como principal espelho justamente a estrutura australiana. A principal ideia do projeto é formar dois times. Além da seleção principal, haveria um outro grupo, mais jovem, que passaria a fazer torneios no exterior, adicionando bagagem ao currículo das jogadoras.

"A Austrália é campeã mundial e roda o mundo com uma seleção muito nova", explicou Bassul sobre o "time B", ao UOL Esporte. "Elas conseguiram um núcleo de jogadoras muito forte e, pela semelhança nas dificuldades que enfrentam, mostraram que é possível colocar o Brasil na luta."

A idéia central do projeto de Bassul é fazer com que a seleção adulta passe a ter mais opções para compor o grupo. "Precisamos amadurecer as jogadoras mais jovens", adicionou. "Estamos numa entressafra. O que aconteceu foi que na saída da geração de Janeth, Helen e Alessandra ficou um buraco, as jogadoras vieram com pouca experiência internacional. Por isso foi uma dificuldade grande classificar-nos para as Olimpíadas."

O treinador encara o novo ciclo olímpico como um recomeço. "Meu trabalho começa agora". Ele alega que em apenas um ano teve pouco tempo para preparar o time para as Olimpíadas e, para garantir a classificação, montou um plantel diferente do que gostaria de ter usado.

A primeira experiência do renovado time adulto será apenas em setembro, com a Copa América, em Cuiabá. O Brasil lutará pelo título e tentará obter uma vaga no Mundial. Para a competição, Bassul não cita nomes, mas já diz ter na cabeça as atletas que seguirão como base na seleção e os novos talentos de 17 a 22 anos que devem aparecer, em aposta semelhante à que já fez.

"Será uma equipe mesclada. Nós lançamos a Franciele e foi um grande acerto, então há outras jovens que darão conta do recado", garante. "Não adianta vivermos de Paula, Hortência e Janeth, temos de fazer novas apostas."

Planos atrasados

Um dos maiores empecilhos para o início do projeto é político. Paulo Bassul acredita que o fato de as eleições na CBB ocorrerem em maio de 2009 não permitirão uma implantação breve da segunda equipe. Assim, as primeiras experiências são esperadas para o meio do ano, antes de o time adulto se reunir para a Copa América.

Procurada pelo UOL Esporte, a confederação não comentou um prazo para o desenvolvimento do trabalho, nem confirmou se ele será colocado em prática.

Demitido do Ourinhos justamente por dividir suas atenções com a seleção, Bassul atualmente dedica-se apenas à equipe adulta do Brasil e a projetos pessoais. Como fez há dez anos, em Americana, ele quer abrir um novo trabalho, que pode virar mais um time no basquete nacional. "Eu não quero tirar o espaço de ninguém. Minha idéia é abrir novas oportunidades no Brasil."

Bassul admite que não é possível sobreviver apenas como técnico do Brasil. "É um meio muito restrito, mas agora estou com a cabeça de resolver não só o meu problema, contribuindo para o basquete feminino. Estou com um novo projeto e vamos ver se conseguimos tocá-lo."

Especialistas apóiam ideia de 'time B' na seleção de basquete

O projeto do técnico Paulo Bassul de colocar em prática um time B na seleção brasileira de basquete feminino tem ganhado apoio para que seja colocado em prática. O objetivo é ter uma equipe com jogadoras mais jovens e que tenham possibilidade de conseguir maior experiência internacional, chegando à seleção com maior maturidade.

ESPECIALISTAS APÓIAM PROJETO

A reportagem do UOL Esporte entrou em contato com pessoas ligadas ao basquete feminino e a ideia, que se assemelha ao que é feito pela seleção australiana de basquete, campeã mundial, foi elogiada.

A técnica Branca Gonçalves, que atualmente está à frente do time de Americana, explicou que o Brasil precisa diminuir sua diferença em relação às seleções estrangeiras. Ela lembrou de uma seleção sub-21 que jogou como um clube, durante o Nacional, e apoiou o desenvolvimento do trabalho.

"Na verdade, demorou para termos algo neste estilo. Era para o Brasil ir para o Sul-Americano com uma equipe B, porque só com gabarito internacional poderemos evitar esse choque que acontece na troca de gerações", afirmou Branca, referindo-se às dificuldades após a saída de estrelas como Janeth, Helen e Alessandra, nos últimos anos.

"Sou de acordo até para ele (Paulo Bassul) atuar. Acho um crime ele ficar parado", afirmou ela, que também lamentou ao dizer que o basquete feminino "é sempre um drama."

Já a armadora Natália Burian, de 24 anos e uma das jogadoras que pode estar nas próximas convocações de Bassul, foi favorecida com uma iniciativa semelhante. Em 2008, sem poder contar com estrelas como Iziane, a seleção convocou jogadoras mais jovens para o Sul-Americano.

Na ocasião, ela fez sua primeira competição oficial com a equipe, no Equador. "Isso foi o que me salvou. Foi aí que surgiu a oportunidade do Sul-Americano e do Pré-Olímpico", lembrou ela, que estava na Letônia, no TTT Riga. "Uma iniciativa dessas pode ajudar a revelar jogadoras e, se for permanente, pode ajudar ainda mais. As mais novas não terão aquele medo de ir para a seleção."

Presente nas maiores conquistas do basquete feminino, Hortência lembra que a ideia não é inovadora. "Não tem nada de novo nisso, mas é algo essencial", afirmou ela. "O essencial é botar a molecada para jogar, para quando elas chegarem às competições internacionais, já se conhecerem."

Por ser um esporte coletivo, diz Hortência, não é possível apenas reunir as jogadoras um mês antes das competições e esperar um nível alto de jogo. Assim, é importante sentar com clubes nacionais e estrangeiros para agendar períodos de treinamento durante o ano, assim como a realização de um maior número de amistosos.

"Sempre ouvimos que o Brasil fica longe da Europa, que falta dinheiro... A conversa sempre é essa. Temos de botar o infantil, o juvenil, o sub-20 para jogarem. Quando chegarem para representar o Brasil, já terão experiência", concluiu Hortência, campeã do Mundial de 1994 com o Brasil.

Fonte: UOL

6 comentários:

Anônimo disse...

o paulo bassul e um excente treinador e na atualidade na minha opiniao o mais dedicado preparado ,estudioso.com certeza ele vai montar nao so duas equipes de seleção de alto nivel como vai dar oportunidades para varias atletas novas que vem aparecendo em nossas quadras.Eu acredito que o caminho é esse e esperoque a CBB realmente banque esse projeto ,pois se nao houver apoio nao adianta chorar e cobrar das pessoas que dão a vida por essa seleção mesmo sem apoio.(técnico e atletas).parabens Bassul nos apaixonados pelo basquete feminino te apoiamos e torcemos para que vc tenha muito sucesso.

Anônimo disse...

Iniciativa válida, desde que seja planejado um calendário específico para a seleção B e que não seja apenas uma opção para competições menos importantes como Sul-Americano. Afinal de contas isso já acontece há muito tempo e a seleção A também precisa rodar muito para melhorar o nível apresentado em Pequim.

Anônimo disse...

a seleção que foi pra pequim foi uma seleção de quinta e não A.

Espero que nesse plano de rovação não se inclua as velhotas ega, mamá e chuca...

Anônimo disse...

vcs tem que se contentar com oque tem pra hoje , e falar que o bassul é o nosso melhor tecnico..... MINTIRA POIS OS MELHORES ESTÃO FORA DESSA PANELA , O PAULINHO É UM LIXO ELE NEM CONSEGUI TIME PRA SER TECNICO AQUI NO BRASIL .... NEM AMERICANA QUIS ELE DE VOLTA TIVERAM QUE PROCURAR A BRANCA PRA SER TECNICA DE LÁ, ELE MORA PRATICAMENTE DO LADO DO GINASIO DE AMERICANA KKK, NEM PRESTAVA ATENÇÃO NESSAS MENINAS QUE JOGAVAM AI EM AMERICANA , PRA FALAR A VERDADE TENHO CERTEZA QUE A ERIKA NÃO FOI PORQUE SABE QUE ELE NÃO PRESTA, OU VCS NAO PRESTARAM ATENÇÃO QUE A ERIKA NUNCA MAIS FOI PRA SELEÇÃO DEPOIS QUE O BASBOSA SAIU , QUEM TEM QUE SER TECNICA DO BASQUETE FEMININO É A LAIS OU MARIA HELENA POIS O BASSUL NÃO TEM CABEÇA PRA ISSO,E AINDA EU TE FALO O BRASIL NAO VAI SE CLASSIFICAR PARA O MUNDIAL, POIS SEI QUE ERIKA KELLY IZIANE NÃO VÃO MAIS , POIS VÃO ESTAR NA WNBA GANHANDO SEU BOM DINHEIRO E SENDO VALORIZADA MAIS DO QUE AQUI , CHEGA BASSUL VC ACABOU COM A SELEÇÃO ....... JÁ ERA SUA TEMPORADO,VAI VOLTAR A FAZER CURSINHO TUDO DE NOVO POIS A SUA VISÃO ESTÁ TOTALMENTE EQUIVOVADA KKK DESCULPA BERTH O DESABAFO , CANSEI DE VER ESTE HOMEM QUE SE JULGA O TAL A NÃO LEVANTAR AS MÃO E AGRADECER PELAS PESSOAS QUE ESTAVAM VESTINDO A CAMISA VERDE E AMARELA PELO NOSSO PAIS , QUANTAS MENINAS FORAM HUMILHADAS NESSA SELEÇÃO, NAO QUERO EXPOR N INGUEM MAS A GENTE SABE QUEM CONHECE O BASQUETE SABE QUE MUITAS DELAS FORAM HUMILHADS

Lucas Canossa disse...

Um ótimo técnico seria Édson Ferreto da equipe de Catanduva,um treinador que faz a jogadora evoluir. como a Natalinha que se evolui muitoo...
e Ferreto eleito mais uma vez o melhor técnico..

Anônimo disse...

ele realmente se acha o maximo.. um pouco de humildade nunca faz mal...