sábado, 14 de fevereiro de 2009

Carioca e Maranhense dividem quartos e sonhos na seleção sub-16


Thamara de Freitas é carioca, adora história e detesta matemática. Maria Claudia Teixeira nasceu no Maranhão, odeia história e ama matemática. Mas as diferenças param por aí. As duas são companheiras de quarto na seleção brasileira Sub-16 feminina, patrocinada pela Eletrobrás, e dividem o mesmo sonho: defender o Brasil na Copa América – Pré-Mundial da categoria em junho, na cidade de Buenos Aires, na Argentina. As duas viajaram juntas para o Sul-Americano Sub-15, realizado no Paraguai, no ano passado, e já aprenderam a conviver com as peculiaridades uma da outra. Enquanto Thamara é mais tranqüila e quieta, Maria Claudia está sempre agitada e falante.

— Dividir o quarto com a Maria Claudia é uma loucura. Ela fala bastante, está sempre inquieta, mas eu estou adorando a convivência com ela. Uma das melhores coisas na seleção é a amizade que a gente faz com pessoas de outros lugares. Aprendemos muito com elas também — comentou Thamara.

— A Thamara é ótima companheira de quarto. Ela é tímida, mas a gente conversa bastante quando estamos só nos duas. Estou adorando conhecê-la melhor, porque ano passado não tínhamos tanta intimidade como temos agora. Ganhei uma excelente amiga — declarou Maria Claudia

Jogadora da Mangueira/Petrobras (RJ), Thamara acumulou 25 pontos em sete jogos no Campeonato Sul-Americano Sub-15. Foi a segunda reboteira do Brasil e a sétima no geral com média de 7.3 (51 no total). Maria Claudia, que defende o Beto Sports (MA), anotou 14 pontos em seis jogos na competição e espera ter a oportunidade de ajudar ainda mais o Brasil este ano.

— O Sul-Americano foi um aprendizado para a Copa América. Podemos chegar bem na competição em junho e, para isso, estamos treinando forte desde agora. Minha meta é me manter entre as doze e estou me dedicando ao máximo para isso. A responsabilidade aumenta quando estamos na seleção, afinal estamos representando o nosso país. Mas encaro numa boa e não me sinto pressionada por isso — disse Thamara.

— A experiência que ganhei no Sul-Americano foi muito boa para o meu crescimento como atleta. Espero amadurecer cada vez mais nessas fases de treinamento e ficar no grupo que vai brigar por uma vaga no Mundial. Estar na seleção é um grande privilégio para mim — acrescentou Maria Claudia.

Se a carreira no basquete não der certo, as duas atletas já sabem o que fazer. Thamara quer ser advogada, enquanto Maria Claudia pretende fazer Medicina.

— Aprendi muito com o basquete. O principal é ter união, não se vence jogo sozinha. Precisamos das nossas companheiras para jogar bem. Pretendo ser jogadora, mas se não der certo quero fazer faculdade de Direito. Pelo menos não vou ter que saber tudo de matemática para ser advogada. É a matéria que eu menos gosto de estudar — explicou Thamara.

— Meus pais praticaram a modalidade e minha mãe sempre ficava insistindo para eu trocar o vôlei pelo basquete. Ela nunca me pressionou, mas sempre ficava no meu ouvido, dizendo que o basquete era melhor. Ainda não sei se vou seguir a carreira profissional. Gostaria muito, mas se não der certo vou fazer Medicina, como minhas tias e tios — concluiu Maria Claudia.

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