quarta-feira, 23 de setembro de 2009

De volta à seleção, Alessandra pede atenção com as 'bases'

Pivô brasileira aponta os erros que levaram à queda da seleção feminina de basquete após os Jogos de 2004

Alessandra confessa que nunca pensou em voltar à seleção brasileira quando anunciou sua aposentadoria após o Mundial de São Paulo/2006. Há mais de 10 anos no exterior, a pivô de 2 metros conhece a realidade dos países que sabem investir direito no esporte. Um dos ícones de uma geração que conquistou um título mundial e duas medalhas olímpicas, ela detecta os problemas do basquete feminino no Brasil e aponta as soluções.
A partir de quarta, em Cuiabá, Alessandra será uma das principais atletas do técnico Paulo Bassul na Copa América, que vai dar três vagas ao Mundial de 2010, na República Checa. O Brasil busca o tricampeonato.
"Precisamos olhar para trás. Nós tivemos um buraco muito grande em 2006, quando saiu todo mundo da seleção", explicou a pivô, campeã francesa da última temporada 2008/09 com o Bourges, aos 35 anos. "E o Nacional com um monte de meninas fora não tem glamour algum."
Um dos problemas apontados por Alessandra é a falta de comprometimento dos diretores com o basquete feminino. Nem mesmo as atletas estrangeiras jogam no Brasil, como aconteceu na vitoriosa década de 90. O reflexo apareceu na pífia campanha na Olimpíada de Pequim, com o 11.º lugar da seleção comandada pelo técnico Bassul. "Eram meninas que não tinham a responsabilidade tão grande, porque chegaram na Seleção em um momento de transição... isso pesou para elas."
Mesmo assim, Alessandra resolveu encarar o desafio da Copa América. Pedido feito por Hortência, diretora da Confederação Brasileira de Basquete (CBB). "Agora temos de ter paciência, porque as soluções aparecem com o tempo. Mas temos obrigação do título, porque o torneio é na nossa casa. Quero ajudar com minha experiência, não preciso ser a cestinha sempre."
A precária situação das categorias de base é apontada por Alessandra como sintoma do fracasso. "Temos de trabalhar na base, começar com aquele que recruta as crianças, que ensina os movimentos. Tem de fazer como fez o vôlei", prega.

Fonte: Estadão

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