segunda-feira, 24 de junho de 2013

Para Zanon, São Carlos tem que ter equipe de alto rendimento

Saulo Marino

Luiz Augusto Zanon, técnico da Seleção Brasileira Feminina de Basquete, nascido e criado em São Carlos, esta tendo a oportunidade de comandar os treinamentos que antecedem sua primeira competição internacional à frente da Seleção justamente na Cidade do Clima. Pela programação os treinos vão até 1º de julho, depois a equipe embarca para China, onde irá participar de um tornei amistoso. Na sequência, voam para Mendoza, na Argentina, onde finalmente disputam o 33º Campeonato Sul-Americano, que começa no dia 23 de julho.

Nessa estadia da Seleção em São Carlos, Zanon cedeu entrevista exclusiva ao Jornal Primeira Página. Na oportunidade falou sobre a situação do basquete feminino brasileiro no cenário mundial, além do esporte em São Carlos.

Jornal Primeira Página: O basquete feminino já não é mais uma potencia mundial, o que falta?

Zanon: Quando éramos potencia tivemos alguns expoentes, caso da Paulo e Hortência, que foram talentos individuais absurdamente incríveis, as melhores do mundo. Depois disso houve o que é natural em todos os esportes e todas as modalidades, não tínhamos os mesmos talentos e não conseguimos os mesmos resultados.
Nessa nova geração estamos tentando criar uma equipe forte. Não temos os grandes talentos, mas no mundo inteiro está sendo assim. A Austrália, por exemplo, que também é uma grande potencia, perdeu a suas jogadoras e a reposição não é tão simples.

PP: Na convocação para o sul-americano vemos uma média de idade muito baixa. Seria um plano para daqui a três anos, pensando nas Olimpíadas?

Zanon: Pensamos em um trabalho de sequência. Mas quando estamos indo pra uma competição ela sempre é a mais importante. Porém, temos um cronograma de trabalho para dar condição que esse grupo chegue as Olimpíadas com experiência de competições internacionais.

PP: Como você vê o basquete em São Carlos?

Zanon: Eu acompanho as coisas de São Carlos a distancia, por isso não tenho condição de aprofundar uma situação real. Mas escuto esporadicamente que São Carlos não tem mais as modalidades de alto rendimento. Não só no basquete, mas em outras modalidades não vemos equipes em evidência, apesar de ser uma cidade que tem muitos esportistas, muitas escolinhas de basquete, e o surgimento de atletas como o Nenê. Eu sei que é uma cidade onde tem vários pólos e ginásios esportivos.

PP: Sabendo da estrutura que a cidade oferece o que falta para São Carlos ter um time em evidência?

Zanon: Vejo São Carlos com algumas coisas interessantes, uma cidade universitária, vários ginásios. Quando São Carlos montar uma equipe competitiva, que disputa campeonatos de federações, paulista e brasileiro, com certeza surgirá uma ‘geração de novos’. São Carlos esta precisando de equipes de alto rendimento, dos espelhos a serem seguidos pelas crianças, para que essa criançada começa a praticar esportes e busque algo a mais.

PP: As escolinhas municipais podem ser uma solução?

Zanon: Sem dúvidas. A escolinha municipal é o início. O primeiro passo deve ser os professores de educação física dentro das escolas formarem equipes para que haja competições, e esse pequenos atletas seguindo para as escolinhas municipais de esportes, com professores capacitados a desenvolverem as modalidades. Mas sem o espelho lá na frente, as equipes de alto rendimento, essa criança desiste no meio do caminho. Nas cidades do interior é necessário ter algum esporte como ‘carro chefe’. Por exemplo, o basquete feminino em Americana é o ‘carro chefe’ da cidade, o exemplo para as outras modalidades, ou o basquete masculino de Limeira, onde eu também trabalhei, que é o ‘carro chefe’. Acredito que é isso que vai juntar as escolinhas municipais com uma escolinha de alto rendimento.

PP: Qual seria o ‘carro chefe’ de São Carlos?

Zanon: Ao que parece tem uma equipe de handebol que disputa campeonatos de expressão. Ouvi dizer também que o ciclismo da cidade tem uma equipe de triathlon forte.

Uma cidade com cultura esportiva melhora a educação das crianças, a saúde dos habitantes. Gostaria de ver mais equipes de ponta. Um dia pretendo voltar para São Carlos e montar uma equipe que possa deixar esse legado para as crianças. É a questão da cultura esportiva que São Carlos não pode perder.

PP: Qual seria o ‘espelho’ para as crianças nessa Seleção Brasileira Feminina de Basquete?

Zanon: Temos dois exemplos marcantes. A Clarissa é uma menina nova que veio do RJ e está em Americana, trabalhou comigo dois anos, é carismática. Em qualquer competição que disputa é um exemplo a ser seguida. Iniciou sua carreira no atletismo e foi para o basquete, onde vem crescendo e se destacando. E a Damires, que é uma menina extremamente nova, de apenas 20 anos, e já tem muitas pessoas admirando-a como atleta e como pessoa. Elas chamam atenção pelo sucesso como atleta e pela humildade.

Fonte: Jornal Primeira Página

9 comentários:

Anônimo disse...

Austrália não teve peça de reposição? e a Liz Cambage (21 anos) e já considerada uma das melhores do mundo?
Tá sabendo legal hein...

Anônimo disse...

Liz Cambage ganhou o que?

Beijos;*

Anônimo disse...

Liz Cambage ja ganhou todas as vezes que jogou com o Brasil kkkkk

Anônimo disse...

Liz Cambage por enquanto só tem altura, falta muito ainda pra dizer que ela joga. Zheng Haixia colocava ela o chinelo. E a Austrália não tem reposição mesmo, deu pra notar nitidamente isso em Londres.

Anônimo disse...

Que eu saiba ela não joga um esporte individual para ganhar algo sozinha, mas ser número 2 do Draft da WNBA e ter médias de 36 pontos e 11 rebotes na Liga Chinesa diz um pouco sobre qual o nível que ela joga.

Anônimo disse...

São Carlos investir no esporte de rendimento , só rindo e muiiito.....
Infelizmente essa cidade é um horror no esporte. Muito cacique prá pouco indio!!

Anônimo disse...

Com esse secretario de esporte que foi colocado em Saõ Carlos, "cargo político claro". Ele não é fraco, ele é pésssimo. Acorda Sr. Prefeito, pelo bem dos poucos abnegados pelo esporte que essa cidade ainda tem.
E chega de tudo pelo social, jovens gostam é mesmo de competir. Precisamos de tudo um pouco. Acorda...

Anônimo disse...

Ok, parabéns
Discurso e prática devem realmente ser coerentes...

Anônimo disse...

Trabalho em uma cidade que se diz mais esportiva do país onde tinha uma equipe de basquetebol feminino de alto rendimento, que mesmo não estando entre as 5 melhores do estado era muito requisitada na mídia local e a escolinha local tinha mais de 300 crianças.Em 2011 resolveram acabar com esta equipe. Hoje não tem mais de 70 crianças. Como o Zanon disse precisa de espelho senão as crianças desistem rápido.