sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Érika volta às origens e chora ao rever técnico que a revelou: 'Emocionada' (GLOBOESPORTE.COM)

Por Carol Fontes

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Quando Érika entrou na Vila Olímpica da Mangueira, os decibéis explodiram. Gritos, palmas e muita euforia tomaram conta do complexo esportivo no subúrbio do Rio. O sorriso estava estampado nos rostos de crianças e adolescentes. Diante deles, uma jogadora que começou naquela mesma quadra de basquete e, hoje, coleciona títulos. Os olhos ficaram marejados, e a atleta não segurou as lágrimas ao reencontrar o técnico que a revelou. A menina que era uma promessa assim como tantas outras que iniciaram ali cresceu e ganhou o mundo, passando por 15 equipes em quatro países. O bom desempenho nas quadras rendeu a ela uma indicação ao prêmio de MVP (melhor jogadora) da temporada da WNBA, a forte liga feminina de basquete dos Estados Unidos. Foi a primeira vez que uma brasileira concorreu ao prêmio. Com média de 13,1 pontos, 10 rebotes e 1,8 bloqueio, a carioca de 31 anos e 1,97m ficou em quinto lugar.

Vice-campeã pelo Atlanta Dream, depois de perder a final para o Minnesota Lynx, Érika voltou ao Brasil para disputar a Liga Brasileira Feminina (LBF) pelo Sport Recife, clube pelo qual levou o título da última edição. Antes de embarcar para Pernambuco, visitou a família em Campo Grande e visitou o lugar que a fez largar o handebol e perceber que tinha talento para o basquete.

- Estou muito emocionada de voltar para o lugar onde tudo começou. Muitas coisas estão passando pela memória, vinha todos os dias de Santa Cruz para cá, pegava ônibus, trem... Todo o caminho leva duas horas. Há 12 anos eu não vinha aqui, e é muito bom ver que esse carinho, desde os funcionários aos jovens que jogam na Mangueira, e perceber que me consideram um exemplo. Sou reconhecida pelo meu trabalho e nunca esqueço do meu início. Fico feliz por estar de volta, espero fazer uma boa temporada pelo Sport, que tem uma torcida apaixonada, que lota o ginásio e está sempre nos apoiando. É provável que eu volte para a WNBA em 2014, mas ainda não tenho uma equipe definida - contou Érika.

Samuel Belarmino, ex-técnico de Érika e funcionário da área administrativa da Vila Olímpica, lembra que a jogadora não gostava da bola de basquete. Ele destaca que sempre acreditou no potencial da jogadora e relembra a época em que, ao invés da postura forte e segura, esboçava um olhar amendrontado diante dos novos desafios.

- A Érika achava a bola de basquete muito grande. Desde pequena, era um talento. Em seu primeiro jogo pela categoria infantil, as meninas passavam todas as bolas para ela, que acabou marcando apenas dois pontos no primeiro tempo. Em seguida, o time jogou coletivamente, passou a ajudá-la, e ela marcou 30. Como estava em um nível superior, vimos que era necessário encaminhá-la para outro centro e lapidar esse talento. Ela foi para o antigo BCN, de São Paulo, e tinha muito medo, mas se arriscou. Hoje, é a melhor jogadora do Brasil. E continua a mesma pessoa, um ser humano maravilhoso, que ajuda a sua família e dá conselhos para as mais novas. Quando nos reencontramos, ela chorou e disse que encontrou tudo do jeitinho que deixou, mas crescemos e somos uma das equipes mais fortes do país.

Um dos destaques da Mangueira e representante da seleção brasileira de base, Mayara teve a oportunidade de conversar com Érika na etapa nacional dos Jogos Escolares da Juventude, para atletas entre 15 e 17 anos, em Cuiabá (MT).

- Ela foi embaixadora dos Jogos e virou nossa parceira, estava sempre com a gente. A Érika é meu ídolo. Quero me firmar na seleção, ser convocada para a equipe adulta e, se tudo der certo, chegar a uma Olimpíada, quem sabe 2016 - contou a jovem, campeã escolar pelo Colégio ADN (RJ).

Mesmo com tantas conquistas no Brasil e no mundo, Érika também mantém o sonho de disputar os Jogos Olímpicos do Rio, em 2016. E garantiu estar presente no Mundial de 2014. A vaga do Brasil foi assegurada com a medalha de bronze na Copa América, torneio do qual a pivô pediu dispensa para defender o Atlanta Dream nos playoffs da WNBA.

- Mundial é Mundial, não vou ficar fora. Temos time e tempo para trabalhar em busca de uma medalha. Vejo com bons olhos o processo de renovação da seleção brasileira. O Zanon tem feito um ótimo trabalho no comando da equipe e eu não vejo a hora de voltar a vestir essa camisa. Penso em 2016 e quero estar lá, representando o Rio e o Brasil - finalizou.

Fonte: Globoesporte.com 

Em vídeo: Érika visita clube onde começou no basquete e se emociona

2 comentários:

tia ieda disse...

Parabéns ERICA!!!!
voce e guerreira
temos orgulho de voce.

Anônimo disse...

exemplo! E honesta nas declarações...




SChineider Oliveira